Em campanha contra assédio, SASP lança GT Saúde do Trabalhador
- sasparqbr
- May 9, 2018
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O Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP) realizou, na última quinta-feira (dia 3), o debate “Assédio no mercado de trabalho”. O evento também marcou o lançamento do Grupo de Trabalho Saúde do Trabalhador (GTST) e o início da campanha “Arquitetas contra o Assédio”, lançada em conjunto com o GT Mulheres na Arquitetura (GTMA) do SASP.
Nina Orlow, membro da equipe de coordenação de implantação da agenda 2030 (ONU) no Brasil, abriu o evento com um panorama do desenvolvimento sustentável. Ela afirmou que a implementação da Agenda 2030 se constitui como uma ferramenta importante também para o combate ao assédio e a luta por melhores condições de saúde para os trabalhadores e trabalhadoras.
Maria Silva, diretora do Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), contou sobre sua atuação na promoção de campanhas contra o assédio. “Em um ambiente onde há assédio moral, tudo é motivo, principalmente se você é mulher. Porém, o assédio não fica só no trabalho; vai para casa também. Lembro de um caso em que uma mãe não conseguia amamentar sua filha devido aos medicamentos. E é assim, muitas mulheres também perdem seus bebes”, relembra ela.

Jaudenir da Silva Costa, coordenador da comissão de igualdade de oportunidades de gênero, raça e etnia de pessoas com deficiência e de combate à discriminação do Ministério do Trabalho/Superintendência Regional de São Paulo, destacou que muitos dos casos de assédio envolvem uma questão de fundo: a organização do ambiente de trabalho. “Há maus gestores, evidente, mas muitos dos casos não se resumem a uma questão individual: há muita pressão na forma como é organizado o trabalho e, assim, os casos de assédio moral se tornam uma questão organizacional da empresa”.
Costa também lembra algumas situações de assédio: trabalhadoras e trabalhadores negros que são suspensos ou demitidos por usarem cabelo blackpower ou dreads; mulheres grávidas que são ridicularizadas pelos próprios companheiros de trabalho e funcionários que são pressionados para não seguirem comportamentos éticos em relação aos clientes (prática comum em bancos).

Ao final, Dilséa Grebogi, psicóloga e funcionária do SASP, leu trechos do Manifesto "Arquitetas contra o Assédio no Trabalho" e concluiu: “a maioria dos arquitetos – cerca de 87% - não é ligada a empresas e trabalha como autônomos. Contamos com uma categoria composta por 60% de mulheres. No combate ao assédio no ambiente de trabalho, o primeiro impedimento é o silêncio. Nossa campanha visa romper o silêncio. E, para isso, o Sindicato está de portas abertas”.
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