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Ação na Cracolândia reafirma: vidas não têm valor quando os interesses em jogo são os do mercado imo

  • Writer: sasparqbr
    sasparqbr
  • May 24, 2017
  • 2 min read

O SASP repudia a ação desferida pela Prefeitura Municipal de São Paulo contra as usuárias e os usuários que ocupam a região a “Cracolândia”, no centro da cidade, realizada nas primeiras horas da manhã do domingo (21 de maio). Uma atitude autoritária que, por decreto do executivo, realiza intervenções urbanas que lembram as invasões dos guetos europeus durante a Segunda Guerra Mundial ou da Palestina, em 1949.


A Prefeitura, junto com o governo estadual, cometeu um grave crime: tomou uma atitude de exceção por meio do instrumento público jurídico para fazer intervenções urbanísticas, excluindo do debate a sociedade, sem aviso legal aos proprietários, sem nenhum plano para realocar a população vulnerável e com uso inconstitucional da Guarda Civil Municipal (GCM).


Ações como essa, além de representarem retrocesso no cuidado pela saúde mental de nossa população e no acolhimento daquelas e daqueles que convivem com o uso de substâncias psicoativas, espelha um típico projeto higienista da Prefeitura e do governo estadual para massacrar a população pobre e beneficiar lucrativos projetos de grandes empresários.


Por detrás das escavadeiras e embaixo dos destroços está a verdadeira face dessa tragédia e selvageria: o voraz mercado imobiliário-especulativo. Sedento de novos filões territoriais para investir, a região da Luz se tornou uma importante área de reserva de terra em nosso saturado e denso município. Sabemos o quanto prejudicial é essa “gestão” territorial para nossa cidade, que exclui o fator humano e a possibilidade de construir cidades socialmente mais justas. A história mostra que isso, infelizmente, não é novidade: foi assim com a reforma do Anhangabaú em 1910, foi assim com o Plano de Avenidas com Prestes Maia e também foi assim com a compra pelo município de vastas terras pertencentes ao Banco Itaú para justificar a construção do metrô paralelo à Central do Brasil. Priorizar o mercado imobiliário-especulativo em detrimento de vidas humanas e de um projeto de cidade inclusiva, como mostra ações como a da Cracolândia e esses outros exemplos de políticas higienistas, transformaram São Paulo em uma das cidades mais excludentes do mundo.

O SASP não aceitará ações autoritárias e unilaterais como essas. Denunciamos e iremos às últimas consequências legais para defender uma cidade mais humana, justa, solidária e com qualidade de vida.

Diretoria do SASP

Gestão 2017-2019

 
 
 

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