Trabalhadores da CDHU estão em greve

Arquitetos-urbanistas denunciam precarização do trabalho e descompromisso com a arquitetura pública. Governo do estado se recusa a negociar

Trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) decidiu, nessa última sexta-feira (dia 17), que estão em estado de greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada depois que os representantes do governo encerraram as negociações, sem conceder aumento de salário, de implantação do Plano de Cargo e Salário (PCS) e nem ao menos o reajuste das perdas salariais que foram“corroídas” pela inflação do ano anterior.

O SASP, nos últimos meses, vem realizando reuniões e assembleias para recolher reivindicações dos arquitetos-urbanistas da CDHU. A empresa, administrada pelo governo estadual, é vinculada à Secretaria da Habitação e é o maior agente promotor de moradia popular no Brasil e intervém no desenvolvimento urbano das cidades, de acordo com as diretrizes da Secretaria da Habitação.

Os arquitetos e urbanistas denunciam uma crescente precarização do trabalho na empresa. Segundo eles, o trabalho é desvalorizado, os equipamentos estão sucateados, os estagiários sofrem com desvio de função e a companhia não tem um plano de carreira, o que acarretará na não renovação dos quadros profissionais. Além disso, a maioria dos arquitetos-urbanistas é terceirizada por gerenciadoras de capital internacional que produzem projetos no exterior, obrigando aos funcionários da Companhia ao retrabalho para adaptar aos padrões e legislações nacionais.

Os trabalhadores realizarão, nos dias 23, 24 e 27 de junho, às 14h, mobilizações no saguão da sede da CDHU, localizado na rua Boa Vista, 170, em São Paulo, e também em frente à Bovespa. Uma outra

assembleia está marcada para o dia 28.