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Rosa Artigas conta a trajetória de luta do pai pela democracia

  • Writer: sasparqbr
    sasparqbr
  • Apr 18, 2016
  • 3 min read

“Lembrar para não repetir” é o lema de iniciativa do SASP que busca, frente às saídas não democráticas para a crise política em curso, resgatar a memória daqueles que lutaram pela democracia brasileira nos “anos de chumbo”

No terceiro vídeo da série “Arquitetos Contra a Ditadura” a historiadora Rosa Artigas, filha de um dos maiores nomes da arquitetura brasileira, João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), relembra as inúmeras perseguições sofridas pelo seu pai. “Nesse período era impossível a militância. Nossa casa foi vigiada durante anos e, de vez enquanto, entravam, revistavam tudo e depois saiam”, lembra ela. Para a historiadora, a importância de Artigas é de representar uma geração. “Todos os homens desse período estavam criando suas profissões e a cultura urbana brasileira. E foram derrotados com esse golpe de 1964. Todos, de alguma maneira, procuraram resistir dentro de suas formas e possibilidades”. E conclui: “[a ditadura] interrompeu um projeto que poderia ser coletivo e democrático, com a participação de todos, transformando-o em um projeto autoritário e excludente. Uma coisa triste foi essa interrupção do futuro de uma geração que ficou perdida, derrotada. Meu pai foi derrotado e morreu antes mesmo da eleição do Tancredo”.


Laisa Eleonora, diretora do SASP e coordenadora desse projeto, destaca a gravidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff sem que haja acusações de crimes, conduzido por um congresso (e agora pelo senado) sobre o qual sobram denuncias. “Quando idealizamos esse projeto, há dois anos atrás, não imaginávamos que o Estado de Direto brasileiro estava em risco, a tragédia de 1964 está se repetindo, agora, como farsa. Muitas vezes, o desconhecimento de nossa própria história corrobora para que haja um apoio a este tipo de conduta, é isso que buscamos combater”, afirma a coordenadora do projeto.


Lembrar para não repetir


O projeto já conta com três vídeos em seu arquivo e, em breve, divulgará novas histórias. No primeiro, a arquiteta e urbanista Valeska Peres Pinto, ex-presidente do SASP e da FNA, narra sua trajetória e de sua geração na luta pela redemocratização do país.


No segundo, os arquitetos e urbanistas que na época do regime militar eram líderes do grêmio estudantil da FAUUSP, Mauro Lopes, Carlos Alonso e Cláudio Furtado, falam sobre a efervescência política e os desafios do movimento estudantil em um período na qual as liberdades civis estavam suspensas, além dos conflitos e perseguições que enfrentaram. Na entrevista, os arquitetos também destacam a união entre os estudantes de arquitetura e urbanismo da USP e Mackenzie, os conflitos acirrados na rua Maria Antônia – e que resultou na morte de um estudante secundarista - e os impactos na mudança do campus da FAUUSP do centro para a Cidade Universitária: “nós fomos alijados da cidade”, afirmam.


Em busca de novas histórias


O projeto é coletivo e está em busca de novas histórias de arquitetos e urbanistas que, de alguma maneira, lutaram contra a ditadura e ajudaram a construir nossa democracia. Você também pode contribuir. Se você é arquiteto, parente ou conhece alguém que participou ativamente desse nosso momento histórico ou, então, tem documentos, fotos ou relatos que considera importantes para a memória da luta dos arquitetos e urbanista, envie um e-mail para nós: comunicacao@sasp.arq.br. Você também pode conferir a página do projeto aqui.



O vídeo foi elaborado pela Diretoria de Comunicação e pela diretoria de Técnica e Pesquisa do SASP - Gestão 2014-2016, sob coordenação de Laisa Stroher e Ana Gabriela Akaishi. A entrevista foi realizada pela arquiteta e urbanista Ana Teresa Siqueira de Carvalho, a gravação e edição foi elaborada por Bruno Fernandes.




 
 
 

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