Por uma cidade mais humana e democrática
- sasparqbr
- Nov 10, 2015
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Evento realizado pelo SASP reúne especialistas, movimentos sociais e população para discutir crise urbana e maneiras de enfrentá-la. “Esse modelo de cidade, que funciona como um balcão de negócios, tem que acabar”, afirma o presidente da entidade
Tudo começou com uma pergunta: como construir cidades mais humanas e democráticas? Movidas por essa questão, o Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP) organiza o Encontro Estadual dos Arquitetos e Urbanistas de 2015, com o tema “Crise urbana e a organização dos arquitetos e urbanistas”.
Realizado entre os dias 10 e 14, o evento reunirá pensadores de várias áreas: são arquitetos, urbanistas, sociólogos, lideranças políticas, movimentos sociais e militantes para discutir a crise urbana e como a população, junto com os arquitetos e urbanistas, podem se organizar para propor alternativas ao nosso modelo de cidade.
“Desde a Constituinte até hoje, tivemos muitos avanços na legislação urbanística que garante direitos como o cumprimento da função social da propriedade, dá instrumentos de gestão e política urbana”, analisa Maurílio Chiaretti, presidente do SASP. “Mas, apesar de todo esse avanço legal, as cidades continuam um grande negócio. Os direitos conquistados na legislação não estão sendo, de fato, constituídos na cidade. As periferias continuam aumentando. Há problemas de mobilidade, de abastecimento e de tratamento dos recursos ambientais e muitos outros, que a cada dia se agravam mais e mais”, diz ele.
Para Chiaretti, a mercantilização da cidade, promovida por uma estreita relação entre empresas e políticos, tem levado a população a pagar um preço extremamente alto. “Existe uma aliança entre a indústria da construção e a classe política. Elas financiam políticos e, financiando políticos, estão financiando a cidade. Estão sempre visando contratos ao invés do bem-estar da população” afiança ele. E conclui: “esse modelo de cidade, que funciona como um balcão de negócios, tem que acabar. As pessoas não vivem sem terra, sem casa, sem mobilidade, sem abastecimento e, no entanto, há uma dificuldade muito grande desses bens chegarem a todos. Hoje a gestão urbana é ilógica, por isso, precisamos ter propostas mais ousadas e radicalizar a luta por uma cidade mais humana e democrática”.
A insatisfação com essas questões e a necessidade de pensar alternativas para enfrentar os problemas da cidade, segundo ele, levou o SASP a realizar esse Encontro Estadual, um evento gratuito, aberto para toda a população e que contará com mesas de debates e diversas atividades paralelas, como visitas guiadas à empreendimentos de habitação de interesse social e à locais históricos da cidade, exposições artísticas e stands de orientação ao profissional.
Entre os palestrantes estão confirmados arquitetas e urbanistas como Raquel Rolnik e Ermínia Maricato, o secretário municipal de Cultura Nabil Bonduki e representantes de movimentos sociais e coletivos, como o MTST, o Ocupe Estelita e o Parque Augusta e assessorias técnicas como a Usina e a Peabiru. A abertura será no dia 10 de novembro, às 19h, na Praça das Artes, em São Paulo.
“Os arquitetos são formados para atender ao conjunto da população”, lembra o presidente do SASP. “No entanto, o mercado de trabalho da arquitetura e até mesmo os órgãos públicos, fazem com que os serviços de arquitetura cheguem a uma pequena parte da população com dinheiro. O SASP está chamando esse debate com o Encontro Estadual porque nossa categoria deve trabalhar com toda a sociedade para, assim, conseguirmos enfrentar os grandes problemas da cidade. Queremos ser propositivos ao discutir maneiras de levar qualidade do ambiente construído para a população!”.
O Encontro Estadual está centrado na construção de alternativas ao nosso modelo de cidade. Por isso, ao final do evento, o SASP apresentará à população e aos órgãos competentes um documento com as resoluções do Encontro, propondo soluções para construir cidades mais justas. “Com esse método buscamos, não uma resposta certa, mas os caminhos possíveis para humanizar uma cidade”, afirma o presidente da entidade.
O Encontro conta com o patrocínio do CAU/SP e apoio da Secretaria de Cultura, da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA).
O que: Encontro Estadual dos Arquitetos e Urbanistas 2015, com o tema “Crise urbana e a organização dos arquitetos e urbanistas”.
Quando: 10 a 14 novembro.
Abertura: Dia 10 de novembro, às 19h.
Onde: Praça das Artes, São Paulo/SP.
Quanto: Gratuito.
Mais informações: Pelo telefone: (11) 3229-7989 ou pelo email:comunicacao@sasp.arq.br
Acesse a página do evento e confira a programação completa:http://www.eeau.arq.br

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