Carta aberta em apoio aos Professores Estaduais de São Paulo
- sasparqbr
- May 8, 2015
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Não há sociedade sem educação, assim como educação sem professores. E não pode haver professores capacitados, satisfeitos com seus postos, com vontade de estar nas salas de aulas, sem boa remuneração, sem boa estrutura física de ensino, sem segurança dentro de uma sala de aula.
O que percebemos no Brasil é um processo de neoliberalismo latente que se inicia nos anos de 1990 e que se intensifica a cada década. Hoje, o Estado da Federação mais rico, e com a economia mais pungente, São Paulo, aplica tais regras de maneira irrestrita e irresponsável, e um bom termômetro desse modelo político-econômico são os investimentos na Rede de Educação Pública Estadual que são incompatíveis com os dados financeiros do motor econômico que é São Paulo. Escolas Estaduais com péssimas condições de estudo, com poucas ou nenhuma biblioteca, com salas superlotadas, com estrutura física danificada, com alta insalubridade para funcionários e alunos, e, mais importante, com baixos salários para todos os funcionários envolvidos no processo pedagógico, em especial, os professores.

Foto: Armando Ferraz
Os professores são o início, meio e fim de qualquer projeto pedagógico a longo prazo; bons professores são profissionais que, como quaisquer outros profissionais, necessitam de salários compatíveis com sua responsabilidade, e que sejam valorizados como parte fundamental de qualquer projeto de cidade, estado e país. Os professores possuem a tarefa de desenvolverem o melhor das capacidades e vocações de cada aluno mirando futuros cidadãos, e mirando uma sociedade mais justa, socialmente menos desigual, com mais autonomia humana, mais liberdade, mais criativa, mais democrática. Não há registro na história do mundo de um país, ou um estado, que para alcançar um grau de desenvolvimento socioeconômico e equânime, não tenha investido pesadamente em um processo de valorização profissional do professorado em sintonia a um projeto de reestruturação do ensino, com uma requalificação na estrutura física das instituições de ensino. São Paulo está na contramão.
Por isso é tão correto e ética a Greve dos Professores da Rede Estadual de Ensino no Estado de São Paulo, que reivindicam não só melhores salários, melhores planos de carreira, mas sim, o futuro da sociedade. O Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo, que tem por fundamento ético o desenvolvimento social equânime, está junto aos professores, e apoia a greve.


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