O que rolou no 1o Encontro do GT de Gênero

O SASP – Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo – realizou no último dia 16 de março o primeiro encontro do Grupo de Trabalho – Questão de Gênero, em sua sede no bairro de Santa Ifigênia, região central de São Paulo. Na ocasião, as arquitetas presentes debateram sobre a importância de identificar situações de discriminação das mulheres dentro da categoria. Com base nessas discussões, a ideia é criar ações para coibir esse tipo de prática. Esse grupo foi criado pelo SASP no fim de outubro dentro do Encontro Estadual de Arquitetos com o objetivo de desenvolver propostas para melhorar as condições da profissão em sua respectiva área de atuação. Além da questão de gênero, também foram implantadas as comissões do serviço público, do autônomo e dos professores. Durante o encontro, as participantes apresentaram algumas situações constrangedoras de assédio nos ambientes de trabalho e nas universidades. Com base nesses transtornos, as arquitetas falaram sobre a possibilidade de criar um canal no SASP para receber denúncias do gênero. Outra ideia surgida foi fazer um trabalho de conscientização e incorporar o assunto e todas as ações do sindicato, como uma ampla divulgação na categoria (comunicação interna) e para a comunidade (comunicação externa e nos eventos). Ainda, as diretoras do SASP aproveitaram a reunião para mostrar como é a atuação e as atividades já realizadas pela entidade. Além disso, as dirigentes também apresentaram as iniciativas desenvolvidas pelo sindicato especificamente na área Questão de Gênero. Entre elas, está o “Debate de Gênero: Três Perspectivas - Reforma Urbana, Produção Arquitetônica e Espaços de Militância”, organizado durante o Encontro Estadual de Arquitetos, realizado no fim de outubro. Também houve a participação de uma representante do sindicato no seminário internacional “Beijing + 20: Mulher e Trabalho: Salário Igual para Trabalho Igual”, organizado neste mês pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, Estados Unidos. As participantes comentaram ainda sobre o projeto Arquitetas Invisíveis, desenvolvido pelos estudantes da UnB (Universidade de Brasília), com a finalidade de resgatar a memória das grandes profissionais do ramo ignoradas e desprestigiadas durante o século XX. O trabalho da cartunista e arquiteta Didi Helene, a tese da arquiteta Ana Gabriela Godinho e o livro “A Cidade e a Arquitetura”, também foram abordados no encontro. Próximos passos As arquitetas que compareceram ao SASP decidiram nesse encontro realizar habitualmente uma reunião presencial toda a primeira segunda-feira do mês, sempre no período da noite, em locais diferentes. O objetivo dessa decisão de revezar os lugares é de atrair mais interessadas em participar, com a facilitação do acesso aos encontros. O próximo acontecerá no dia 6 de abril, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie. O Grupo Técnico – Questão de Gênero também decidiu realizar uma campanha nas redes sociais que mostram as situações cotidianas e exponham o machismo na Arquitetura. A comissão quer ainda discutir a organização de um novo evento para abordar o tema “Arquitetura e a Questão de Gênero”. Por fim, o sindicato tratará a questão de gênero de forma articulada nas campanhas salariais deste ano. Assim, o procedimento garantirá que as mulheres sejam sempre ouvidas nos debates relacionados ao assunto como forma de lutar pelo fim da desigualdade salarial motivada por discriminação.

As reuniões estão programadas para as primeiras segundas-feira de todo mês. A próxima reunião será no dia 4 de maio, às 19.30, na Fau-Usp em São Paulo. Em breve disponibilizareos o convite com mais informações.