SASP inicia campanha salarial dos arquitetos da CET

Objetivo foi ouvir a categoria para elaborar a pauta com as reivindicações; o principal pleito é a adoção do piso mínimo dos profissionais do setor, de 8,5 salários mínimos

O SASP – Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo – deu um passo importante para o início da campanha salarial dos arquitetos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), na capital paulista. A entidade organizou a primeira assembleia com a categoria que trabalha na autarquia, realizada nesta quinta-feira, dia 27 de novembro, na unidade da companhia situada na região da Sé. Ao adotar essa iniciativa, o sindicato quer elaborar uma pauta com as principais reivindicações, com base na atual situação desses profissionais.

O objetivo do primeiro contato foi conhecer melhor as condições enfrentadas por esses arquitetos, principalmente no aspecto referente aos direitos trabalhistas. A partir das primeiras informações coletadas na assembleia, a diretoria do SASP já definiu algumas ações a serem desenvolvidas dentro da campanha junto à CET. A primeira delas será agendar uma reunião com diretores da companhia para apresentar as reivindicações.

“A reunião serviu para mostrar que a categoria na CET agora tem representação sindical. A partir de agora, vamos lutar por mais direitos e em favor das reivindicações desses profissionais”, destacou Maurilio Ribeiro Chiaretti, presidente do SASP. Segundo o dirigente, nunca um trabalho como esse havia sido feito na autarquia. “E isso passará a ser rotina na companhia”, acrescenta.

Entre as principais reivindicações durante a assembleia, os arquitetos da CET presentes na ocasião pediram a aplicação do piso mínimo da categoria de 8,5 salários mínimos – hoje de R$ 6.154,00 -, conforme previsto na Lei 4950-A/66. De acordo com o atual Plano de Cargos e Salários na autarquia, os profissionais em início de carreira e boa parte dos funcionários de pelo menos 11 níveis salariais recebem abaixo disso, em valores a partir de R$ 4.778,00 e que variam até R$ 6.135,00. Somente a partir do nível conhecido como step 12, o salário chega a R$ 6.319,00.

Maurilio explica ainda que existe o risco dessa aplicação do piso mínimo ocorrer somente com os engenheiros que atuam na CET. O SEESP (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo) entrou com uma ação contra a companhia que solicita exatamente a adoção da lei que estabelece esse montante mínimo de salário. “Queremos que a medida seja estendida aos arquitetos sem distinção de formação, pois essa lei contempla tanto os arquitetos quanto os engenheiros”, esclarece.

Paralelamente a essa tentativa, o SASP também fará um levantamento junto à CET para saber melhor como está o quadro de cargos e salários como também o número de arquitetos na autarquia. Ainda dentro desse mapeamento, o sindicato pretende saber como esses profissionais estão distribuídos na estrutura organizacional da companhia e como a categoria foi atendida nos acordos coletivos anteriores.

Aproximação com a categoria

A primeira reunião com os arquitetos da CET faz parte de um trabalho do SASP de se aproximar cada vez mais da categoria. Dentro dessa estratégia, o sindicato pretende intensificar o lançamento de campanhas salariais que abrangem os profissionais da categoria no serviço público. Isso já aconteceu na Prefeitura de São Paulo e na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

Na prefeitura, a campanha dos arquitetos deflagrada pelo SASP junto com os engenheiros resultou numa greve de 19 dias, realizada no fim de maio e parte de junho deste ano. Na CDHU, o sindicato conseguiu fechar um acordo de aumento de 6,28%, após intermediação do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho). Isso só aconteceu após ameaça de paralisação. O SASP ainda negocia com a companhia o PPR (Programa de Participação nos Resultados).