Dia 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra
- sasparqbr
- Nov 19, 2014
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Num país de histórico tão complexo quanto o nosso, a reflexão é necessária como indicadora de caminhos.
Num mundo de tantas informações e de tão pouco tempo para nos atualizarmos sobre os vários temas que nos rodeiam, invariavelmente nos deparamos com certas questões para as quais nos sentimos desatualizados.
Até aí, nenhum problema. O problema é quando somos chamados a opinar ou se opinam sobre um assunto do qual não compreendemos a origem e os porquês de sua existência.

Charge: Sem Africa não Haveria Brasil, de Vitor Teixeira
Então, por que do dia da consciência negra?
Ah! Aí temos que pensar um pouco. Há datas cívicas, datas religiosas e datas comerciais revestidas de datas familiares ou sociais (dia dos pais, mães, criança e namorados). O Dia da Consciência Negra poderia ser encaixada como data cívica, mas com um viés de reflexão (por isso ser da “consciência” negra e não dos negros simplesmente).
A data foi escolhida em homenagem à Zumbi dos Palmares, no dia de sua morte em reconhecimento à sua luta pela libertação dos escravos, num resgate da história real em oposição à história oficial que comemorava a libertação dos escravos no dia 13 de maio.
Por que um País precisa de uma data como esta? Precisa para lembrar que a luta de Zumbi não acabou ainda, pois os negros ainda são discriminados, são vítimas de preconceito e de racismo.
A discriminação está presente nos dados estatísticos. O negros têm menos acesso aos melhores cargos no mundo do trabalho se comparados com brancos com a mesma qualificação. Não é uma questão de capacidade, é uma questão de igualdade de oportunidades, de possibilidade de ter acesso à educação de qualidade, a uma vida digna desde a infância, com acesso à alimentação e saneamento básico, à moradia e a uma boa estrutura familiar. Como alguém pode ter a mesma qualidade de formação sem ter a mesma qualidade de vida? Isso é ter igualdade de oportunidade.
Porque o mundo do trabalho discrimina? Porque concebe através de anos de discriminação velada que o trabalhador negro é menos capaz que o trabalhador branco. Eis o preconceito.
No final de tudo e muito mais grave está o ódio racial travestido de racismo, o pior dos casos pois além de ser preconceituoso e discriminatório, é agressivo.
Precisamos parar para pensar. Esta é a realidade no Brasil e é por causa desta realidade que precisamos de um dia para refletir que mundo queremos e em que tipo de sociedade estamos dispostos a proporcionar a nossos filhos, se uma sociedade hipócrita que nega a desigualdade ou se uma sociedade inclusiva que gera oportunidades iguais a todos.
Está mais que na hora de abominarmos expressões que difundem preconceito, discriminação e racismo, para que as gerações futuras não vejam o negro como motivo de piada ou um ser inferior. Só assim teremos este mundo que sonhamos.
Texto por Magnus Freitas, assessor da diretoria do Sasp, em homenagem ao Dia da Consciência Negra.
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