QUEM MUDA AS CIDADES SOMOS NÓS!
- sasparqbr
- Sep 27, 2013
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5a Conferência Estadual das Cidades
Nas últimas décadas houve medidas importantes para o enfrentamento do processo excludente de desenvolvimento sócio econômico no Brasil, que implicaram em uma melhoria no nível de renda e no acesso aos bens de consumo duráveis à população mais pobre. No urbano, também presenciamos algumas vitórias, como aumento dos investimentos públicos em habitação, transporte, saneamento, urbanização de favelas, equipamentos públicos, além da aprovação de um novo arcabouço jurídico e institucional (Estatuto da Cidade, Lei Nacional de Assistência Técnica, SNHIS/FNHIS, a criação do Ministério das Cidades).
Contudo, esses avanços não estão sendo suficientes para reverter estruturalmente o quadro da histórica dívida social que temos no país: a desigualdade social, o aumento da população moradora em favelas, a mobilidade urbana inviável, o aumento da poluição, o crescimento especulativo das cidades, a falta de equipamentos e serviços nas regiões periféricas, o crescente aumento de doenças decorrentes dessa situação, entre outros. Este quadro revela uma distância muito grande da tão almejada REFORMA URBANA. As manifestações que ocorreram em junho em vários lugares do país são um reflexo disso, e nos mostram que a sociedade como um todo (independente de geração, classe social e origem) apresenta uma enorme insatisfação pelo modelo predatório existente nas nossas cidades. O povo clama, mais do que nunca, por cidades mais justas, democráticas e humanas.
O movimento histórico da Reforma Urbana pautou questões importantes na luta pela justiça sócio-espacial e a pela sustentabilidade das nossas cidades. O SASP (Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo) contribuiu muito com esta luta nos seus 42 anos de história, pautando, em conjunto com a FNA (Federação Nacional dos Arquitetos) e FNRU (Fórum Nacional de Reforma Urbana), políticas urbanas elementares como a regularização fundiária, o planejamento urbano integrado e a assistência técnica.
A Conferência das Cidades é um dos momentos mais importantes para a política urbana brasileira; ela não é, no entanto, o único espaço para as manifestações do povo. Justamente por isso que focamos o papel das entidades, buscando renovações contínuas em prol das reais necessidades das populações urbanas. Defendemos que as entidades do campo da luta por cidades mais justas sejam parceiras, selando isso com a organização de eventos, manifestações, projetos sociais e representações conjuntas aos órgãos públicos competentes. Esta é uma pauta que busca unificar a sociedade civil em horizontes mais amplos e progressistas.
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